DISPOSITIVOS ORAIS PARA DEFINIR A LINHA MANDIBULAR

OS DISPOSITIVOS ORAIS PARA DEFINIR A LINHA MANDIBULAR SÃO UM RISCO PARA A SUA SAÚDE?

POR INSTITUTO PORTUGUÊS DA FACE

Há duas semanas, recebi um doente com um quadro de dor na articulação temporomandibular e limitação da abertura da boca. Até aqui nada de novo, não fosse a causa deste quadro ser uma novidade para mim. O doente associava estas queixas ao uso de um dispositivo oral, que tem o propósito de redefinir a linha mandibular, conhecido como jawline ball. Ao pedir uma ressonância magnética confirmei que o disco estava deslocado anteriormente, causando dor e limitação da abertura da boca. Sendo um quadro agudo, foi proposto ao doente realizar uma artroscopia nível 3 para reposicionar o disco articular. Embora já tenha resolvido a situação do doente, senti-me na obrigação de investigar o dispositivo suspeito de ter causado o quadro clínico ao doente.



Percebi que este dispositivo está na moda e sobretudo usado por jovens de sexo masculino. Existem várias marcas, mas o mais popular tem 3 cores, uma azul para os iniciados, que apresenta resistência de 40lb (18,3 Kg), um dispositivo vermelho para intermédios com uma resistência de 50lb (22,1kg) e o preto ou avançado com resistência de 60lb (27,2 Kg). Nos exercícios de mastigação com estes dispositivos, estamos de forma propositada a sobrecarregar a nossa articulação temporomandibular e a causar uma hipertrofia da nossa musculatura mastigatória, o que contribui para uma sobrecarga e stress desses músculos e da articulação temporomandibular, muito acima da média.


Em termos comparativos, a força exigida pelos nossos maxilares para mastigar biscoitos secos é de cerca de 0.9Kg e para amendoins é de aproximadamente 1,8Kg (Krister Svensson et al, Regulation of bite force increase during splitting of food. 2002). O dispositivo azul, o considerado para iniciados já exige forças mastigatórias aproximadamente 10 vezes superior ao exigido pelos nossos maxilares para mastigar amendoins.


Ainda não existem estudos ou conclusões sobre o possível impacto destes dispositivos na articulação temporomandibular, músculos mastigatórios ou nos dentes. Mas na minha opinião, a recomendação seria evitar estes dispositivos.

ORAL DEVICES TO REDEFINE THE MANDIBULAR LINE (JAWLINE BALL)

Two weeks ago, I received a patient in my clinic with temporomandibular joint pain and limited mouth opening. So far nothing new, except that the clinical condition trigger was new to me. The patient associated these complaints with the use of an oral device, which has the purpose of redefining the mandibular line (Jawline ball). I prescribed an MRI, and confirmed that the disc was dislocated, causing pain and limitation of the mouth opening. I proposed to the patient a level 3 arthroscopy to repositioning the articular disc. Although I have already solved the patient's condition, I felt obliged to investigate this device.


I noticed that this device is fashionable and mostly used by young males. There are several brands, but the most popular has 3 colors, one blue for beginners, which features resistance of 40lb (18.3 Kg), a red intermediate device with a resistance of 50lb (22.1kg) and black or advanced with a resistance of 60lb (27,2 Kg). In the exercises proposed, the users purposely overload the temporomandibular joint and cause masticatory muscles hypertrophy, which contributes to an overload and stress of the masticatory muscles and temporomandibular joint, far above average.


In comparative terms, the strength required by our jaws to chew dry cookies is about 0.9 kg and for peanuts is about 1.8 kg (Krister Svensson et al, Regulation of bite force increase during splitting of food. 2002). The blue device, considered for beginners, already requires chewing forces about 10 times higher than that required by our jaws to chew peanuts.


There are no studies or conclusions on the possible impact of these devices on the temporomandibular joint, chewing muscles or teeth, but in my opinion, the recommendation would be to avoid these devices.

Por Diogo Vilarinho 16 de janeiro de 2025
Tumores da Parótida A glândula parotídea é a maior de todas as glândulas salivares, sendo a mais frequentemente atingida por tumores. Destes, cerca de 80%, são tumores benignos, com os restantes 20% de natureza maligna. Estes tumores na maioria das vezes apresentam-se como massas indolores, de crescimento progressivo e sem outros sintomas associados. O tipo de tumor mais frequente da parótida é um tumor benigno, denominado de adenoma pleomórfico. Apesar de se tratar de um tumor benigno, apresenta um risco de malignização de 1.5% nos primeiros 5 anos, sendo que em tumores com mais de 15 anos de evolução o risco de transformação maligna pode ser superior a 10%. Além do tempo de evolução da doença, existem outros factores de risco importantes como sejam: a idade avançada do doente; ter realizado radioterapia na região do pescoço e da cabeça; tumor de grandes dimensões ou recorrentes. O tratamento de eleição para estes tumores é a cirurgia, com a excisão completa do mesmo. Trata-se de uma cirurgia extremamente delicada e que consiste na separação do tumor do restante tecido saudável, com preservação do nervo facial, o nervo responsável pela mobilidade da face. Tenho um tumor, será que preciso de ser operado(a)? Um estudo recentemente publicado tentou perceber qual o melhor tratamento para os tumores da parótida. Para tal, os autores compararam duas opções de tratamento: cirurgia versus observação/vigilância. Ponderaram os riscos de transformação maligna do tumor e o risco de complicações da cirurgia e anestesia. Chegaram às seguintes conclusões: – abaixo dos 70 anos a cirurgia apresenta menos riscos, sendo o procedimentos de eleição; – entre os 70 e os 80 anos, ambas as condutas apresentam o mesmo benefício; – acima dos 83 anos a opção de vigilância/observação era a mais favorável. Este estudo apresenta contudo algumas questões: – apenas diz respeito a um tipo de tumor da parótida, não se aplicando a todos os outros; – a idade real/cronológica muitas vezes não reflecte o estado geral do indivíduo, devendo ter-se em linha de conta os antecedentes da pessoa e as doenças que apresenta; – o estudo apenas considerou que a indicação para a cirurgia é pelo risco de transformação maligna, mas existem outras indicações, como sejam a deformação facial, o stress/preocupação causado pela presença de um tumor, por exemplo. Estes aspectos não foram equacionados nesta análise. Dr. Tiago Costa
Por Carlos Pereira 7 de janeiro de 2025
Envelhecimento da voz O envelhecimento da voz, ou presbifonia, é um processo fisiológico que está relacionado com alterações normais que ocorrem ao nível da mucosa, músculos, cartilagens e articulações. As principais queixas são: – uma voz mais instável, fraca, mais rouca ou soprosa; – diminuição da capacidade de controlar as alterações da frequência e da intensidade; – cansaço fácil quando fala por longos períodos; – quebras na fala; – tensão muscular na região cervical. Estes sintomas habitualmente agravam ao longo do dia, variando o impacto de acordo com as exigências sociais e profissionais de cada indivíduo. Como pode melhorar da sua voz? A abordagem inicial passa por realização de terapia da fala e pela adoção de medidas simples, nomeadamente: aumento da hidratação; não fumar; não pigarrear e reduzir tensão muscular da laringe e da região cervical com exercícios de relaxamento/massagens. A intervenção cirúrgica mais frequentemente associada à melhoria da qualidade vocal, é a injeção de ácido hialurónico nas cordas vocais (à semelhança do que é utilizado para correção de rugas). Trata-se de um procedimento simples e rápido que permite recuperar a qualidade da sua voz e corrigir parte dos problemas. Pode ainda optar-se pela injecção de outras substâncias como hidroxiapatite de cálcio ou ainda gordura, para aumentar a duração do tratamento.
Por Lara Faria 18 de dezembro de 2024
O cancro da língua é um tipo de cancro da cabeça e do pescoço, que é o 6º cancro mais comum no mundo. Este tipo de cancro pode afectar qualquer tipo de pessoa, sendo que na maioria dos casos ocorre em associação com o consumo de álcool e tabaco. Outro factor de risco para o desenvolvimento deste cancro é a infecção por HPV.
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