No Instituto Português da Face temos uma consulta multidisciplinar de paralisia facial, com uma equipa internacional, para discutir as melhores estratégias terapêuticas para cada caso. Acreditamos que é sempre possível melhorar a qualidade de vida dos doentes com paralisia facial.
A simetria facial é uma das características estéticas mais importantes na face e um desafio para todos os cirurgiões. A assimetria facial pode ser de origem óssea, tecidos moles, alterações neuromusculares ou mista. O nervo facial, VII nervo craniano, é responsável pela expressão facial e a sua lesão pode levar a paralisia facial.
A paralisia facial é uma situação clínica que pode ter um grande impacto psicológico na vida dos doentes. Quando o nervo facial está comprometido podemos ter várias alterações motoras faciais:
(deixando o olho exposto, podendo haver lesões irreversíveis)
A sua manifestação inicia-se de uma forma aguda, com as alterações faciais em menos de 72 horas. Pode ser acompanhado de hipersensibilidade ao sons, dor no pavilhão auricular ou olhos secos.
A paralisia facial pode ser de causa congénita ou adquirida. As causas adquiridas dividem-se em 5 grupos diferentes:
O principal objetivo do tratamento da paralisia facial é conseguir manter um movimento simétrico da face. É um grande desafio alcançar uma expressão facial natural, e na maioria dos casos uma expressão facial absolutamente normal nunca será alcançada. Outro dos objetivos é conseguir simetria da face em repouso, reduzir tanto quanto possível o número de espasmos faciais.
Para além da assimetria facial e da falta de expressão, existem possíveis lesões oftalmológicas associados à falta de proteção do olho devido a alteração da tonicidade muscular (lagoftalmos). O doente que não consegue fechar a pálpebra superior devido à falha da contração do músculo que fecha o olho (orbicularis oculi) e à falta de tonicidade da pálpebra inferior apresenta uma exposição do globo ocular. Esta exposição pode causar conjuntivites de repetição, úlceras da córnea, aumento da sensibilidade do olho, e mesmo uma diminuição da acuidade visual. É geralmente necessário ocluir o olho à noite com pensos oculares e o uso contínuo de lágrimas e pomadas artificiais.
O diagnóstico de paralisia facial é sobretudo clínico, embora sejam necessários exames complementares, como a electromiografia e a ressonância magnética para ajudar na decisão clínica. Uma vez feito o diagnóstico de paralisia facial, é importante estabelecer o grau de compromisso da função motora, assim como a etiologia e o tempo de evolução. Todos estes dados irão contribuir para o tratamento adequado e para o prognóstico de cada caso.
A apresentação clínica da paralisia facial depende da localização da lesão, determinando o território anatómico afectado (metade da face, parte da face ou a face toda).
Atualmente, a literatura científica considera adequado tratar nos primeiros 18 meses após a sequela, para assegurar que um número suficiente de placas motoras musculares responderá satisfatoriamente à chegada de novos axónios nervosos.
É essencial individualizar cada caso e ter em conta: (1) a origem da lesão: se é uma falha na geração do impulso nervoso ou na sua transmissão do mesmo; (2) o tempo decorrido desde a lesão e, portanto, o estado da musculatura facial; (3) a existência de outras patologias; (4) idade e (5) expectativas do doente. Todos estes dados vão contribuir para selecionar a técnica adequada.
Existem técnicas estéticas que permitem uma camuflagem da paralisia facial como por exemplo, o uso de fios tensores ou a toxina botulínica. A utilização de toxina botulínica tem como objetivo alcançar a simetrização facial através da paralisação de músculos cujo movimento cria a assimetria.
O tratamento cirúrgico pode ter dois objetivos:
1) promover a simetria sem recuperação do movimento (técnicas estáticas) ou 2) recuperar a mobilidade muscular (técnicas dinâmicas).
As técnicas estáticas tem como objetivo simetrizar a face em repouso, sem recuperação do movimento. Neste tipo de técnicas encontram-se os enxerto de gordura, lifting facial, blefaroplastia, etc.
No Instituto Português da Face temos também técnicas cirúrgicas dinâmicas, mais complexas que permitem uma recuperação muito aceitável da paralisia, como por exemplo: autotransplante muscular com reinervação dos músculos faciais com técnicas de microcirurgia.
Tendo em conta todos estes fatores, existem dois grupos principais de técnicas cirúrgicas:
Nas paralisias faciais com menos de 18 meses de evolução, a musculatura facial, normalmente não apresenta atrofia irreversível e podemos recuperar a atrofia muscular com técnicas de reinervação facial. Esta situação tem maior taxa de sucesso nos primeiros 18 meses de evolução, embora os dados existentes não sejam rigorosos e tenhamos de confirmar a viabilidade muscular com estudos electromiográficos. Uma das técnicas realizadas é a reconstrução direta do nervo lesado; se as extremidades não estiverem suficientemente próximas podemos realizar um enxerto nervoso. Outra das técnicas usadas, aproveita o impulso nervoso gerado por outro nervo, redireccionando esse impluso através do nervo facial e dos seus ramos que se mantêm intactos técnicas (cross-face, sutura hipoglosso-facial ou sutura do nervo massetero-facial).
Normalmente são adequadas para paralisias com mais de 18 meses de evolução, independentemente da causa que a produziu. Porém, cada caso deve ser avaliado individualmente com base nos dados electromiográficos e nas características do doente, sendo a idade especialmente importante. Esta técnica permite simetrização da face em posição estática ou dinâmica.
Os movimentos palpebrais podem ser voluntários ou involuntários (intermitentes). Conseguir recuperar ambos movimentos é o principal objectivo da cirurgia palpebral. As principais técnicas cirúrgicas incluem a inserção de pesos superiores na pálpebra, rotação muscular para restaurar movimentos voluntários entre outras.
Os procedimentos complementares devem ser discutidos com o doente após a cirurgia principal, a fim de alcançar os melhores resultados possíveis. Estes procedimentos podem ser cirúrgicos como a cirurgia plástica ocular, ou não cirúrgicos como a aplicação de toxina botulínica. O processo de reabilitação é fundamental e deve acompanhar cada uma das diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento da paralisia facial. A reabilitação é diferente em cada uma das opções cirúrgicas que realizamos e deve ser aplicado por profissionais altamente especializado no tratamento de doentes com paralisia facial. Ao longo do processo de reabilitação, o tratamento complementar com toxina botulínica é essencial.
O tratamento proposto a cada doente depende das possibilidades de sucesso de cada caso, das expectativas do doente e do quanto ele está disposto a envolver-se para atingir os seus objetivos. Cada caso de paralisia facial é único. No Instituto Português da Face temos uma equipa experiente, com conhecimento de diferentes técnicas para ajudar da melhor forma os nossos doentes com paralisia facial.
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