DOUTORAMENTO DR. DAVID ÂNGELO

DR. DAVID ÂNGELO ALCANÇOU UMA NOVA META

POR INSTITUTO PORTUGUÊS DA FACE

A curiosidade clínica e a ânsia de poder contribuir para o aumento do património científico foram os ingredientes chave que me levaram a iniciar o meu Doutoramento em Medicina há 5 anos. Quando defini este objetivo de longa duração, sabia que seria necessário um longo caminho de esforço, dedicação e muita autodisciplina para ser bem sucedido. Não sabia, no entanto, que planear, executar e interpretar tamanha quantidade de informação seria um dos maiores desafios da minha vida! Podemos comparar um objetivo de curta duração com um sprint e um objetivo de longa duração com uma maratona. Um maratonista sabe gerir as suas energias ao longo da corrida, da mesma forma que um investigador deve, num estudo de 5 anos, interpretar e divulgar a informação que vai obtendo com cautela. Nem sempre é fácil fazê-lo quando se vive com entusiasmo cada momento.


Quando escolhi fazer da Medicina a minha profissão, sabia que teria de estudar ao longo da vida para me manter atualizado e assim prestar os melhores cuidados a quem me procurasse. Todavia, não tendo essa busca pela informação de passar obrigatoriamente por um Doutoramento, considerei que esta etapa académica fosse a oportunidade ideal para desenvolver um projeto que há muito me inquietava: queria perceber com rigor o efeito de duas técnicas cirúrgicas que uso com frequência nos meus doentes: a discectomia e a discopexia da Articulação Temporomandibular (ATM).


Após um longo percurso de persistência, o sonho tornou-se realidade e, no passado dia 25 de Maio de 2018, defendi a tese deste projeto de investigação, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Foi o culminar de um percurso que muita aprendizagem me trouxe, bem como a honra de ver o meu trabalho reconhecido com diversas publicações científicas em meios de prestígio como a revista médica Morphologie ou a revista médica Canadiana JMIR. As conclusões finais da investigação foram publicadas com 2 artigos na revista europeia Journal of CranioMaxilofacial Surgery.


No dia da defesa da tese o nervosismo era algum, confesso. Afinal, era a última etapa de um longo percurso, de horas e horas dedicadas a este tema, que pareciam resumir-se a este momento final. Perante um prestigiado júri* de sete médicos doutorados, ilustres referências na Medicina, os meus pais, a minha noiva, amigos, colegas e a minha equipa do Instituto Português da Face – todos reunidos para assistirem a este grande momento -, sentia a grande responsabilidade e expectativa perante a minha pessoa. O alívio chegou quando um dos elementos do júri comparou a minha atitude, persistência e irreverência à tenacidade do português nobel da medicina, Egas Moniz. A prestação resultou na obtenção do grau de doutor com distinção e louvor por unanimidade. Não posso, de forma alguma, deixar de agradecer ao meu orientador, família e a todos os que me acompanharam durante este percurso.


E agora, qual será a próxima meta?

*Júri:


  • Senhor Professor José Augusto Melo Cristino, Professor Catedrático e Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa;
  • Senhor Professor Doutor Josep Maria Ustrell, Professor Catedrático da Universidade de Barcelona;
  • Senhor Professor Doutor Raúl Duarte, coordenador da Escola de Saúde Ribeiro Sanchez;
  • Senhor Professor Doutor José Pedro Figueiredo, Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;
  • Senhor Professor Doutor Jacinto Monteiro, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Director do Serviço de Ortopedia do Hospital de Santa Maria;
  • Senhor Professor Doutor João Eurico Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Director do Serviço de Reumatologia do Hospital de Santa Maria;
  • Senhor Professor Francisco Salvado, Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (orientador).
Por Diogo Vilarinho 16 de janeiro de 2025
Tumores da Parótida A glândula parotídea é a maior de todas as glândulas salivares, sendo a mais frequentemente atingida por tumores. Destes, cerca de 80%, são tumores benignos, com os restantes 20% de natureza maligna. Estes tumores na maioria das vezes apresentam-se como massas indolores, de crescimento progressivo e sem outros sintomas associados. O tipo de tumor mais frequente da parótida é um tumor benigno, denominado de adenoma pleomórfico. Apesar de se tratar de um tumor benigno, apresenta um risco de malignização de 1.5% nos primeiros 5 anos, sendo que em tumores com mais de 15 anos de evolução o risco de transformação maligna pode ser superior a 10%. Além do tempo de evolução da doença, existem outros factores de risco importantes como sejam: a idade avançada do doente; ter realizado radioterapia na região do pescoço e da cabeça; tumor de grandes dimensões ou recorrentes. O tratamento de eleição para estes tumores é a cirurgia, com a excisão completa do mesmo. Trata-se de uma cirurgia extremamente delicada e que consiste na separação do tumor do restante tecido saudável, com preservação do nervo facial, o nervo responsável pela mobilidade da face. Tenho um tumor, será que preciso de ser operado(a)? Um estudo recentemente publicado tentou perceber qual o melhor tratamento para os tumores da parótida. Para tal, os autores compararam duas opções de tratamento: cirurgia versus observação/vigilância. Ponderaram os riscos de transformação maligna do tumor e o risco de complicações da cirurgia e anestesia. Chegaram às seguintes conclusões: – abaixo dos 70 anos a cirurgia apresenta menos riscos, sendo o procedimentos de eleição; – entre os 70 e os 80 anos, ambas as condutas apresentam o mesmo benefício; – acima dos 83 anos a opção de vigilância/observação era a mais favorável. Este estudo apresenta contudo algumas questões: – apenas diz respeito a um tipo de tumor da parótida, não se aplicando a todos os outros; – a idade real/cronológica muitas vezes não reflecte o estado geral do indivíduo, devendo ter-se em linha de conta os antecedentes da pessoa e as doenças que apresenta; – o estudo apenas considerou que a indicação para a cirurgia é pelo risco de transformação maligna, mas existem outras indicações, como sejam a deformação facial, o stress/preocupação causado pela presença de um tumor, por exemplo. Estes aspectos não foram equacionados nesta análise. Dr. Tiago Costa
Por Carlos Pereira 7 de janeiro de 2025
Envelhecimento da voz O envelhecimento da voz, ou presbifonia, é um processo fisiológico que está relacionado com alterações normais que ocorrem ao nível da mucosa, músculos, cartilagens e articulações. As principais queixas são: – uma voz mais instável, fraca, mais rouca ou soprosa; – diminuição da capacidade de controlar as alterações da frequência e da intensidade; – cansaço fácil quando fala por longos períodos; – quebras na fala; – tensão muscular na região cervical. Estes sintomas habitualmente agravam ao longo do dia, variando o impacto de acordo com as exigências sociais e profissionais de cada indivíduo. Como pode melhorar da sua voz? A abordagem inicial passa por realização de terapia da fala e pela adoção de medidas simples, nomeadamente: aumento da hidratação; não fumar; não pigarrear e reduzir tensão muscular da laringe e da região cervical com exercícios de relaxamento/massagens. A intervenção cirúrgica mais frequentemente associada à melhoria da qualidade vocal, é a injeção de ácido hialurónico nas cordas vocais (à semelhança do que é utilizado para correção de rugas). Trata-se de um procedimento simples e rápido que permite recuperar a qualidade da sua voz e corrigir parte dos problemas. Pode ainda optar-se pela injecção de outras substâncias como hidroxiapatite de cálcio ou ainda gordura, para aumentar a duração do tratamento.
Por Lara Faria 18 de dezembro de 2024
O cancro da língua é um tipo de cancro da cabeça e do pescoço, que é o 6º cancro mais comum no mundo. Este tipo de cancro pode afectar qualquer tipo de pessoa, sendo que na maioria dos casos ocorre em associação com o consumo de álcool e tabaco. Outro factor de risco para o desenvolvimento deste cancro é a infecção por HPV.
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