O SÍNDROME DA BOCA ARDENTE

10 PERGUNTAS E RESPOSTAS

POR INSTITUTO PORTUGUÊS DA FACE

1. O que é a Síndrome da Boca Ardente?
A Síndrome da Boca Ardente é uma condição crónica da boca que provoca uma sensação de ardor na língua e/ ou outras partes da boca. Este ardor ocorre quase todos os dias, piora ao longo do dia, mas quando olhamos para a língua, parece estar tudo “Normal”.

É também conhecida como Síndrome da Língua Ardente.

Os doentes costumam apresentar sintomas há anos e normalmente já recorreram a diversos profissionais de saúde, antes de lhes ser dado o diagnóstico definitivo.

2. Quais os sintomas da Síndrome da Boca Ardente?

  • Ardor na língua e/ ou outras partes da boca
  • Sensação de boca/ língua “encortiçada”
  • Alteração do sabor dos alimentos
  • Boca seca
  • Dor e desconforto na língua e outras partes da boca
  • Externamente não dá sintomas e a aparência física é normal
  • Os sintomas sofrem agravamento ao longo do dia com maior intensidade ao fim da tarde e noite
  • Os sintomas melhoram com a alimentação e relaxamento, e agravam com alguns alimentos e em situações de maior ansiedade do dia-a-dia


3. O que causa a Síndrome da Boca Ardente?
A Síndrome da Boca Ardente tem uma origem multifactorial.

Os factores causais são: alterações hormonais e mecanismos neuropáticos (com origem nos nervos). Os factores psicológicos nomeadamente a ansiedade aguda e crónica estão associados à Síndrome da Boca Ardente.

4. É hereditária?
Não existe evidência que a Síndrome da Boca Ardente seja hereditária.

5. É contagiosa?
A Síndrome da Boca Ardente não é contagiosa.

6. Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico da Síndrome da Boca Ardente é clínico, faz-se na consulta e após investigação e exclusão de outras doenças orais que causem os mesmos sintomas.

7. A Síndrome da Boca Ardente pode provocar cancro?
A Síndrome da Boca Ardente não provoca cancro, nem o cancro oral.

8. A Síndrome da Boca Ardente pode ser curada?
A Síndrome da Boca Ardente não pode ser curada definitivamente mas tem tratamento!

O tratamento visa a redução e intensidade dos sintomas e da ansiedade que esta síndrome causa por dor crónica. Estão descritos alguns casos de cura clínica, em média 7 anos após o diagnóstico.

9. Como se trata a Síndrome da Boca Ardente?
O tratamento da Síndrome da Boca Ardente abrange várias vertentes:

  • Uma das abordagens mais importantes é a diminuição da dor, ardor e desconforto.
  • O tratamento farmacológico, por exemplo fluoxetina, gabapentina ou clonazepam poderá ser considerado em alguns casos particulares.
  • A gestão da ansiedade é das abordagens mais pertinentes na Síndrome da Boca Ardente e deverá ser considerada, avaliada e prescrita sob diferentes formas consoante o doente. Cada caso é um caso e as estratégias de diminuição da ansiedade e stress deverão ser personalizadas.
  • Não deverá concentrar-se no ardor nem deixar que os sintomas o impeçam de realizar o seu dia-a-dia. Há estratégias para alcançar este importante objectivo.
  • Deverá realizar uma boa higiene oral com uma pasta dentífrica adequada, ter cuidados alimentares como evitar os ácidos e picantes, ingerir cerca de 1,5 L de água por dia em pequenas quantidades de cada vez.
  • Não deverá ter receio de expor ao seu Médico o que sente relativamente à doença. Como é uma doença pouco conhecidas mesmo entre os Profissionais de Saúde, é muitas vezes desvalorizada pelos mesmos. Não desista de procurar ajuda, porque há sempre solução!


10. Sabia que há um novo tratamento para os doentes que não têm melhoria com o tratamento tradicional?
Quanto à última pergunta… deixamos a resposta em aberto para que tenha a curiosidade de vir descobrir com a nossa Equipa de Medicina Oral no Instituto Português da Face!

Por Diogo Vilarinho 16 de janeiro de 2025
Tumores da Parótida A glândula parotídea é a maior de todas as glândulas salivares, sendo a mais frequentemente atingida por tumores. Destes, cerca de 80%, são tumores benignos, com os restantes 20% de natureza maligna. Estes tumores na maioria das vezes apresentam-se como massas indolores, de crescimento progressivo e sem outros sintomas associados. O tipo de tumor mais frequente da parótida é um tumor benigno, denominado de adenoma pleomórfico. Apesar de se tratar de um tumor benigno, apresenta um risco de malignização de 1.5% nos primeiros 5 anos, sendo que em tumores com mais de 15 anos de evolução o risco de transformação maligna pode ser superior a 10%. Além do tempo de evolução da doença, existem outros factores de risco importantes como sejam: a idade avançada do doente; ter realizado radioterapia na região do pescoço e da cabeça; tumor de grandes dimensões ou recorrentes. O tratamento de eleição para estes tumores é a cirurgia, com a excisão completa do mesmo. Trata-se de uma cirurgia extremamente delicada e que consiste na separação do tumor do restante tecido saudável, com preservação do nervo facial, o nervo responsável pela mobilidade da face. Tenho um tumor, será que preciso de ser operado(a)? Um estudo recentemente publicado tentou perceber qual o melhor tratamento para os tumores da parótida. Para tal, os autores compararam duas opções de tratamento: cirurgia versus observação/vigilância. Ponderaram os riscos de transformação maligna do tumor e o risco de complicações da cirurgia e anestesia. Chegaram às seguintes conclusões: – abaixo dos 70 anos a cirurgia apresenta menos riscos, sendo o procedimentos de eleição; – entre os 70 e os 80 anos, ambas as condutas apresentam o mesmo benefício; – acima dos 83 anos a opção de vigilância/observação era a mais favorável. Este estudo apresenta contudo algumas questões: – apenas diz respeito a um tipo de tumor da parótida, não se aplicando a todos os outros; – a idade real/cronológica muitas vezes não reflecte o estado geral do indivíduo, devendo ter-se em linha de conta os antecedentes da pessoa e as doenças que apresenta; – o estudo apenas considerou que a indicação para a cirurgia é pelo risco de transformação maligna, mas existem outras indicações, como sejam a deformação facial, o stress/preocupação causado pela presença de um tumor, por exemplo. Estes aspectos não foram equacionados nesta análise. Dr. Tiago Costa
Por Carlos Pereira 7 de janeiro de 2025
Envelhecimento da voz O envelhecimento da voz, ou presbifonia, é um processo fisiológico que está relacionado com alterações normais que ocorrem ao nível da mucosa, músculos, cartilagens e articulações. As principais queixas são: – uma voz mais instável, fraca, mais rouca ou soprosa; – diminuição da capacidade de controlar as alterações da frequência e da intensidade; – cansaço fácil quando fala por longos períodos; – quebras na fala; – tensão muscular na região cervical. Estes sintomas habitualmente agravam ao longo do dia, variando o impacto de acordo com as exigências sociais e profissionais de cada indivíduo. Como pode melhorar da sua voz? A abordagem inicial passa por realização de terapia da fala e pela adoção de medidas simples, nomeadamente: aumento da hidratação; não fumar; não pigarrear e reduzir tensão muscular da laringe e da região cervical com exercícios de relaxamento/massagens. A intervenção cirúrgica mais frequentemente associada à melhoria da qualidade vocal, é a injeção de ácido hialurónico nas cordas vocais (à semelhança do que é utilizado para correção de rugas). Trata-se de um procedimento simples e rápido que permite recuperar a qualidade da sua voz e corrigir parte dos problemas. Pode ainda optar-se pela injecção de outras substâncias como hidroxiapatite de cálcio ou ainda gordura, para aumentar a duração do tratamento.
Por Lara Faria 18 de dezembro de 2024
O cancro da língua é um tipo de cancro da cabeça e do pescoço, que é o 6º cancro mais comum no mundo. Este tipo de cancro pode afectar qualquer tipo de pessoa, sendo que na maioria dos casos ocorre em associação com o consumo de álcool e tabaco. Outro factor de risco para o desenvolvimento deste cancro é a infecção por HPV.
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