FEMINIZAÇÃO DA VOZ

O PROCESSO DE FEMINIZAÇÃO DA VOZ

POR INSTITUTO PORTUGUÊS DA FACE 

A voz de cada um é um única. À semelhança da face, também a voz apresenta características individuais que nos diferenciam uns dos outros. Prova disso é que todos somos capazes de reconhecer algum familiar somente pela sua voz. Mesmo que não conheçamos uma determinada pessoa, pela sua voz, identificamos alguns padrões. Por exemplo, sabemos identificar se a voz vem de um homem ou de uma mulher. Também identificamos uma criança ou um idoso. Podemos identificar sotaques, e inferir culturas e ainda nível de escolaridade. Podemos também adivinhar se estamos a ouvir um cantor, um político ou um vendedor. No Instituto Português da Face, sabemos que a voz não é apenas a produção de um som pelas nossas cordas vocais, mas sim uma forma de identidade e de expressão do ser humano.

Em consultas especializadas de voz, alguns doentes não apresentam rouquidão ou doenças da produção da voz propriamente ditas, mas sim queixam-se de que, apesar de sua voz ser normal, não se adequa à sua identidade. Não gostarmos ou não reconhecermos a nossa própria voz no nosso dia-a-dia pode levar à perda de auto-estima e depressão. A situação mais comum, e que todos conhecemos, são as mulheres fumadoras que apresentam a voz muito grave e são confundidas com homens ao telefone.

O doente transgénero é outro exemplo desta incompatibilidade. Reconhece-se a si como de um género mas tem a voz do outro género. Falando em termos médicos, o doente reconhece-se por exemplo como mulher, mas tem a laringe e as cordas vocais de um homem. Dentro dos limites da elasticidade que as nossas cordas vocais têm (que utilizamos por exemplo para cantar), a terapia da fala pode conseguir uma feminização parcial da voz. Para os casos em que a terapia da fala não tem sucesso ou não é suficiente, apenas com cirurgia é possível uma feminização efetiva da voz através da alteração anatómica das cordas vocais e da laringe.

Existem poucos procedimentos cirúrgicos disponíveis aceites cientificamente para a feminização da voz. Cada um deles tem vantagens e desvantagens. Para poder indicar o melhor procedimento, é necessário avaliar o doente como um todo. Analisar a voz que tem no momento, explorar os seus limites normais e questões anatómicas associadas. Outros factores a considerar são uma avaliação pela terapia da fala, enquadrar com procedimentos de feminização que sejam necessários e, principalmente, corresponder à expectativa do doente.

No Instituto Português da Face, no processo de feminização da voz, fazemos uma abordagem personalizada de cada paciente, orientamos uma previsão realista do que é possível fazer e, finalmente, dentro da nossa equipa multidisciplinar integramos todos os procedimentos a serem feitos de forma a minimizar riscos.

Por Diogo Vilarinho 16 de janeiro de 2025
Tumores da Parótida A glândula parotídea é a maior de todas as glândulas salivares, sendo a mais frequentemente atingida por tumores. Destes, cerca de 80%, são tumores benignos, com os restantes 20% de natureza maligna. Estes tumores na maioria das vezes apresentam-se como massas indolores, de crescimento progressivo e sem outros sintomas associados. O tipo de tumor mais frequente da parótida é um tumor benigno, denominado de adenoma pleomórfico. Apesar de se tratar de um tumor benigno, apresenta um risco de malignização de 1.5% nos primeiros 5 anos, sendo que em tumores com mais de 15 anos de evolução o risco de transformação maligna pode ser superior a 10%. Além do tempo de evolução da doença, existem outros factores de risco importantes como sejam: a idade avançada do doente; ter realizado radioterapia na região do pescoço e da cabeça; tumor de grandes dimensões ou recorrentes. O tratamento de eleição para estes tumores é a cirurgia, com a excisão completa do mesmo. Trata-se de uma cirurgia extremamente delicada e que consiste na separação do tumor do restante tecido saudável, com preservação do nervo facial, o nervo responsável pela mobilidade da face. Tenho um tumor, será que preciso de ser operado(a)? Um estudo recentemente publicado tentou perceber qual o melhor tratamento para os tumores da parótida. Para tal, os autores compararam duas opções de tratamento: cirurgia versus observação/vigilância. Ponderaram os riscos de transformação maligna do tumor e o risco de complicações da cirurgia e anestesia. Chegaram às seguintes conclusões: – abaixo dos 70 anos a cirurgia apresenta menos riscos, sendo o procedimentos de eleição; – entre os 70 e os 80 anos, ambas as condutas apresentam o mesmo benefício; – acima dos 83 anos a opção de vigilância/observação era a mais favorável. Este estudo apresenta contudo algumas questões: – apenas diz respeito a um tipo de tumor da parótida, não se aplicando a todos os outros; – a idade real/cronológica muitas vezes não reflecte o estado geral do indivíduo, devendo ter-se em linha de conta os antecedentes da pessoa e as doenças que apresenta; – o estudo apenas considerou que a indicação para a cirurgia é pelo risco de transformação maligna, mas existem outras indicações, como sejam a deformação facial, o stress/preocupação causado pela presença de um tumor, por exemplo. Estes aspectos não foram equacionados nesta análise. Dr. Tiago Costa
Por Carlos Pereira 7 de janeiro de 2025
Envelhecimento da voz O envelhecimento da voz, ou presbifonia, é um processo fisiológico que está relacionado com alterações normais que ocorrem ao nível da mucosa, músculos, cartilagens e articulações. As principais queixas são: – uma voz mais instável, fraca, mais rouca ou soprosa; – diminuição da capacidade de controlar as alterações da frequência e da intensidade; – cansaço fácil quando fala por longos períodos; – quebras na fala; – tensão muscular na região cervical. Estes sintomas habitualmente agravam ao longo do dia, variando o impacto de acordo com as exigências sociais e profissionais de cada indivíduo. Como pode melhorar da sua voz? A abordagem inicial passa por realização de terapia da fala e pela adoção de medidas simples, nomeadamente: aumento da hidratação; não fumar; não pigarrear e reduzir tensão muscular da laringe e da região cervical com exercícios de relaxamento/massagens. A intervenção cirúrgica mais frequentemente associada à melhoria da qualidade vocal, é a injeção de ácido hialurónico nas cordas vocais (à semelhança do que é utilizado para correção de rugas). Trata-se de um procedimento simples e rápido que permite recuperar a qualidade da sua voz e corrigir parte dos problemas. Pode ainda optar-se pela injecção de outras substâncias como hidroxiapatite de cálcio ou ainda gordura, para aumentar a duração do tratamento.
Por Lara Faria 18 de dezembro de 2024
O cancro da língua é um tipo de cancro da cabeça e do pescoço, que é o 6º cancro mais comum no mundo. Este tipo de cancro pode afectar qualquer tipo de pessoa, sendo que na maioria dos casos ocorre em associação com o consumo de álcool e tabaco. Outro factor de risco para o desenvolvimento deste cancro é a infecção por HPV.
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