O QUE É A DCR OU DACRIOCISTORRINOSTOMIA?

A DCR OU DACRIOCISTORRINOSTOMIA É A CIRURGIA REALIZADA QUANDO EXISTE UMA OBSTRUÇÃO DA VIA LACRIMAL

POR DR. JOÃO PIMENTEL

A dacriocistorrinostomia (DCR) é a cirurgia onde que é criado um novo trajeto de drenagem das lágrimas, desde o olho até ao interior do nariz. Esta cirurgia é indicada quando existe obstrução da via lacrimal.

As lágrimas, produzidas nas glândulas lacrimais, recobrem o olho, protegendo-o, para depois serem transportadas até ao nariz pela via lacrimal. A via lacrimal inicia-se no canto interno do olho, onde podemos encontrar, na margem de cada pálpebra, os pontos lacrimais. Desde os pontos lacrimais, as lágrimas são transportadas pelos canalículos até ao saco e canal lacrimais até chegar à fossa nasal.

Se em qualquer parte deste trajeto da via lacrimal surgir uma obstrução poderão surgir sintomas:

  • lacrimejo (epífora > termo médico): o doente queixa-se que está sempre a chorar do olho cuja via lacrimal está obstruída; a sua visão é afetada pelo excesso de lágrima que escorre muitas vezes pela face
  • secreção amarelada no olho (chamada de remelas)
  • infeções recorrentes do saco lacrimal (chamadas de dacriocistites)

Dacriocistite crónica por obstrução da via lacrimal

Por vezes, não existe obstáculo na via lacrimal, mas é o mecanismo de “bomba natural” da própria via lacrimal que não funciona, e não consegue transportar a lágrima. É muito importante que o médico identifique a causa específica da obstrução da via lacrimal.

A cirurgia que permite o restabelecimento do transporte da lágrima até ao nariz e consequente resolução dos sintomas, é precisamente a DCR (Dacriocistorrinostomia). Existem várias técnicas cirúrgicas de DCR, mas no Instituto Português da Face privilegiamos a DCR endoscópica. A DCR endoscópica está intimamente ligada à rinologia, a subespecialidade da otorrinolaringologia, porque nesta subespecialidade são utilizados endoscópicos, para diagnóstico e tratamento das doenças do nariz, que também são utilizados na DCR.

Na DCR endoscópica o novo trajeto da lágrima é então criado com o auxílio de endoscópicos e instrumentos que são introduzidos, através das narinas, no interior do nariz, sem necessidade de incisões na face. Na DCR endoscópica não existem, portanto, cicatrizes.

A taxa de sucesso da DCR endoscópica é superior a 95% em cirurgiões com experiência, o que torna esta cirurgia muito gratificante para o doente e cirurgião.

A cirurgia é habitualmente realizada sob anestesia geral e tem a duração de 45 minutos, podendo, se necessário, serem intervencionadas as duas vias lacrimais, se o problema for bilateral.

O doente tem alta no próprio dia da cirurgia e o pós-operatório é indolor. No mesmo dia da cirurgia o doente já consegue observar os benefícios da cirurgia com a remissão do lacrimejo e das “remelas”.

Por Diogo Vilarinho 16 de janeiro de 2025
Tumores da Parótida A glândula parotídea é a maior de todas as glândulas salivares, sendo a mais frequentemente atingida por tumores. Destes, cerca de 80%, são tumores benignos, com os restantes 20% de natureza maligna. Estes tumores na maioria das vezes apresentam-se como massas indolores, de crescimento progressivo e sem outros sintomas associados. O tipo de tumor mais frequente da parótida é um tumor benigno, denominado de adenoma pleomórfico. Apesar de se tratar de um tumor benigno, apresenta um risco de malignização de 1.5% nos primeiros 5 anos, sendo que em tumores com mais de 15 anos de evolução o risco de transformação maligna pode ser superior a 10%. Além do tempo de evolução da doença, existem outros factores de risco importantes como sejam: a idade avançada do doente; ter realizado radioterapia na região do pescoço e da cabeça; tumor de grandes dimensões ou recorrentes. O tratamento de eleição para estes tumores é a cirurgia, com a excisão completa do mesmo. Trata-se de uma cirurgia extremamente delicada e que consiste na separação do tumor do restante tecido saudável, com preservação do nervo facial, o nervo responsável pela mobilidade da face. Tenho um tumor, será que preciso de ser operado(a)? Um estudo recentemente publicado tentou perceber qual o melhor tratamento para os tumores da parótida. Para tal, os autores compararam duas opções de tratamento: cirurgia versus observação/vigilância. Ponderaram os riscos de transformação maligna do tumor e o risco de complicações da cirurgia e anestesia. Chegaram às seguintes conclusões: – abaixo dos 70 anos a cirurgia apresenta menos riscos, sendo o procedimentos de eleição; – entre os 70 e os 80 anos, ambas as condutas apresentam o mesmo benefício; – acima dos 83 anos a opção de vigilância/observação era a mais favorável. Este estudo apresenta contudo algumas questões: – apenas diz respeito a um tipo de tumor da parótida, não se aplicando a todos os outros; – a idade real/cronológica muitas vezes não reflecte o estado geral do indivíduo, devendo ter-se em linha de conta os antecedentes da pessoa e as doenças que apresenta; – o estudo apenas considerou que a indicação para a cirurgia é pelo risco de transformação maligna, mas existem outras indicações, como sejam a deformação facial, o stress/preocupação causado pela presença de um tumor, por exemplo. Estes aspectos não foram equacionados nesta análise. Dr. Tiago Costa
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